Instalações para centros equestres


Infelizmente muitos ainda não levam em consideração a importância do manejo e das instalações onde o nosso cavalo fica. A sua rotina está diretamente relacionada ao seu treinamento e ao desempenho desejado do mesmo. Desde como o tratador pega o cavalo da cocheira para escovação, cumprir horários e quantidades corretas para passagem do trato até a estrutura das cocheiras, piquetes. etc. 

O ponto primordial das instalações deve ser respeitar a natureza do animal, as exigências de sua domesticação e o seu bem estar. As instalações devem otimizar o manejo diário, atender o objetivo da atividade de cada centro: ex.: haras (instalações especificas para garanhoes, éguas prenhes e com potros), escola (instalações devem atender o cavalo e ao publico), ter aréa compatível com o objetivo; ter boa manutenção.



                BAIAS

                Devem ter topografia plana, boa drenagem, iluminação e ventilação e se possível voltada para a nascente. O material pode ser de alvenaria, madeira ou tubos, com tamanho ideal de 3x4m. As portas devem ter no mínimo 1,10m de largura e 2,5m de altura. 
A cobertura ideal são telhas de barro ou materiais que não esquentem o ambiente. A altura das paredes deve ser de 2,20m (1,30 sólido e 0,9 gradeado). Cochos podem ser até quatro (água, ração, volumoso e sal) sem quinas, fáceis de alcançar e limpar, e numa altura que nivele com a ponta da espádua. O piso pode ser de concreto, de chão (absorve umidade e mantem temperatura), placas de borracha ou filtro escavação em forma de funil ou pirâmide com 90cm de profunidade (30cm de pedra brita para filtração, 20cm de carvão vegetal para eliminar o cheiro e 40cm de areia lavada que atua como cama).  A cama deve ser macia, seca e limpa todo o tempo (min. 1x ao dia). Não se recomenda uso de redes de feno para evitar desconforto e lesões. A cama mais utilizada no Brasil é a de madeira (maravalha, serragem ou pó de serra – causa alergias).    Há também camas de casca de arroz (não recomendado pois animal a ingere), de palha (produzida a partir de talos de trigo) ou de fenos de baixa qualidade e brachiaria.

                PAVILHÃO DAS COCHEIRAS

Deve ter altura de o dobro da altura média dos cavalos. Como normalmente os telhados são mais altos no meio e não se coloca laje nesses locais, a altura maior deve ser na parede externa do pavilhão, sende a altura no meio dependente da angulação do telhado.  Podem ser de várias maneiras, a saberr: 

     a)  Pavilhões duplos: 1. baias viradas para dentro, corredor entre 2 a 3m com piso não escorregadio. Desejável janelas na parede externa das baias; 2. Baias viradas para fora, corredor interno mais estreito e mais alto (para que não seja necessário entrar na baia) e ter uma ‘varanda’ na frente das portas grande o suficiente para passar com cavalos em caso de chuva (e tb para evitar chuva nas baias); b)      Pavilhões simples: No caso de uma linha simples deve-se considerar insolação para que as baias não virem uma estufa.



                                                    SELARIA
Funcional, organizado, livre de umidade, iluminado e ventilado. Projetar numero de ganchos e cabides necessários para selas, mantas e cabeçadas. Prever um gancho  e cavaletes para limpeza de material. Prateleiras e/ou armários (ventilados) para ligas e outros materiais.




QUARTO DE RAÇÃO, FENO, ALFAFA
                Ventilados, secos e de fácil acesso. Produtos devem ser estocados em pallets em sem contato com a parede. Proteger-se contra roedores. Evitar estoques muito grandes.


DUCHA, FERRADORIA E TRONCO
Pode ser um local multiuso, dependendo da quantidade de espaço. No mínimo duas duchas com pressão (para massagens). Ferradoria deve ser um local coberto para a bigorna e espaço mínimo para dois cavalos amarrados. O tronco de contenção (ou brete) para fazer curativos e exames nos animais.

PASTO/PIQUETE/SOLÁRIO
Pasto e piquete são áreas cercadas com capim e o solário pode ter ou não capim mas com objetivo de ter espaço para o cavalo se movimentar. Podem ser individuais ou coletivos dependendo do tamanho e do manejo do centro equestre. Devem ter fonte de agua e se possível sombreamento.
                O ideal seria que o cavalo ficasse soltos durante todo o dia para que o cavalo volte às suas origens instintivas mas se não for possível, o mínimos seriam duas horas por dia. Tamanho mínimo seria de 1 hectare por cabeça. Quando o local permite, o ideal seria um solário fora da baia, com a largura da mesma e comprimento variável.

                 Mínimo 1,20m de altura, cantos arredondados e porteira afastada dos cantos. Barreiras naturais podem auxiliar como cerca. Se for feita de madeira, utilizar um repelente evitando que animais mordam.
                Podem ser cercados com madeira, tubos, cercas elétricas, etc. Se usados com réguas de madeira, estas devem ser pregadas de dentro pra fora, devendo ter 3 réguas, fios ou canos, sendo o mais baixo a 0,60cm do chão. Não devem ser usados arames farpados ou lisos sem choque.

REDONDEL
Tamanho ideal é de 15 a 18m de diâmetro, proporcionado um trabalho seguro e de qualidade.  Cercas podem ter até 3m de altura, sendo 2,60m ideal. Fazer a cerca abrindo para fora para proteger a perna do cavaleiro. Dos 2,60m, 1,10m a partir do solo devem ser fechados. Não é indicado fechar toda a parede do redondel, pois a atenção do cavalo deve ser conquistada. Ideal ter duas porteiras para que o cavalo não antecipe qual a saída e atrapalhe no trabalho. Piso ideal de areia, sem ser pesado ou sequer escorregadio.
               
                PISTA
Deve ser um lugar de baixo estresse para cavalo e cavaleiro. Piso de areia, uniforme e regular, não muito pesado e sequer escorregadio, não deve ser muito fundo nem muito raso para não afetar tendões ou articulações durante o treinamento.

Pista com cercas são mais indicadas para cavalos em inicio de treinamento, podem ser de madeira roliça, canos de ferro, etc. Devem ter 1,20m de altura. Tamanho mínimo de 20x40m.
                Equipamentos necessários para manutenção da pista: irrigação, rastelo e trator (ou qualquer outro veiculo que puxe o rastelo).
               
            


    ÁREAS ABERTAS COM OBSTACULOS NATURAIS
                Troncos, toras, buracos, árvores, poças e espaço para trabalhar tanto a guia como montado são importantíssimos para adquirir experiências diferentes ao longo do processo.
               
ESTRADAS
                Também para para adquirir experiências diferentes ao longo do processo, devem ser calmas e tranquilas e sem muito trânsito,  podem ser uma grande ferramenta para embarque em trailer e caminhão e aumentar a a confiança do cavalo e cavaleiro. Portanto, ao planejar o local, verifique a possibilidade de acesso à áreas abertas e estradas tranquilas.




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Damiana Bem é apaixonada por cavalos e amazona de salto pela escola de equitação da Vila Militar (RJ) e equitação western (rédeas). Formada no curso de formação de treinadores de cavalos da Universidade do Cavalo (UC), cursou o nível Superior em Gestão de Equinocultura e tem experiência em manejo, doma e treinamento, gestão de centro equstre e aulas de equitação e rédeas na UC (Sorocaba), Vila Militar (RJ), Centro de Treinamento Mauro Leite (CTML - Paraná) Hotel Fazenda Pitangueiras (SP) e Haras Medalha de Ouro (São Roque - SP).

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